O CONSU DEU VEXAME!

Infelizmente, os membros do conselho fecharam as portas e os ouvidos ao debate! Mesmo com a mobilização de mais de 400 pessoas enviando emails, indo às audiências públicas, debatendo e pedindo ao CONSU que as escutasse.

Foram 3 audiências públicas sobre ações afirmativas com discussões muito ricas sobre o tema e exemplos que dão certo e estão se desenvolvendo por todo o país. Nós, uma das "maiores da América Latina", estamos bem atrasados na discussão!

Isso só prova que, mais do que nunca, precisamos ficar em cima dos nossos representantes ou somos deixados de fora da discussão. E esse assunto ainda não acabou!

Inscreva-se ao lado e fique de olho com a gente!

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Pessoas estão de olho com a gente!

LISTA DE PRESENÇA
Sim! Chegamos ao ponto de precisar fazer lista de presença para os representantes comparecerem e cumprirem seu dever na comunidade da Unicamp

PRESENTES (15)
José Tadeu Jorge (Reitor) Presença obrigatória
Rachel Maneguello (PRPG) Presença obrigatória
Ângela Soligo (FE - RG)
Bruno Silva (IFCH - Grad)
Cristovan Dantas (FCA - Grad)
Dirce Zan (FE)

Fernando Hashimoto (IA)
Iuriatan Muniz (CECOM - RSTA)
João de Souza (FE - RSTA)
Karolina Moraes (FE - Grad)

Maria Gatti (IB - RG)
Newton Frateschi (IFGW)
Roberto Xavier (IG)
Ronaldo dos Santos (HC - RSTA)
Tatiane Lima (IFCH - Grad)

AUSENTES (60)
Adilton Leite (GR - RSTA)
Afonso Von Zuben
(HC - RSTA)
Alexandre de Oliveira
(IB)
Álvaro Crósta
(CGU)
Andréia Galvão
(IFCH - MS3)
Antonio Bannwart
(FEM)
Antonio Meirelles
(FEA)
Claudia Medeiros
(IC - MS6)
Claudiney Carrasco
(Prefeitura Campinas - CE)
Cláudio Servato
(CEMEQ - RSTA)
Eduardo Ferreira
(FCA - Grad)
Eduardo Gurgel do Amaral
(FIESP - CE)
Euclides Neto
(FEM - RG)
Euzébio de Souza
(IR - Pós)
Flávio de Oliveira
(IEL)
Francisca Rosa
(IEL - Grad)
Francisco Aoki
(FCM - RG)
Francisco Neto
(IMECC)
Glaucia Pastore
(PRP)
Guilherme Henriques
(FOP)
Guilherme Wood
(COTUCA)
Ivan Toro
(FCM)
Jessé da Silva
(GGBS - RSTA)
João Carvalho
(FCF)
João de Miranda
(HC)
João Meyer
(PREAC)
João Romano
(FEEC)
Jorge Junior
(IFCH)
José Filho
(Governo do Estado - CE)
José Geromel
(FEEC - MS6)
Lauro Kubota
(IQ)
Leandro Júnior
(PRDU)
Léo Magalhães
(FEEC - RG)
Luis Junior
(FEEC - Pós)
Luis Magna
(PRG)
Luísa Barbosa
(FT)
Luiz Carlos Kretly
(FEEC -RG)
Luiz Zeferino
(FCM - MS6)
Manoel Bertolo
(FCM - MS5)
Marco de Carvalho
(FT - MS3)
Marco Filho
(FCM - MS3)
Maria de Freitas
(FENF)
Marina Ilha
(FEC)
Mario Saad
(FCM - RG)
Marisa Beppu
(FEQ)
Miguel de Arruda
(FEF)
Munir Skaf
(IQ - RG)
Paulo Fracalanza
(IE)
Paulo Saran
(COTIL)
Paulo Velho
(FCM - RG)
Peter Shulz
(FCA)
Rodolfo de Azevedo
(IC - MS5)
Ricardo Torres
(IC)
Ronaldo Pilli
(IQ - RG)
Rosana Baeninger
(IFCH - RG)
Sedi Hirano
(FAPESP - CE)
Tiago Angelo
(FEEC - Pós)
Walkiria Viotto
(FEA - MS5)
Zenaide Honório
(DIEESE - CE)
Zigomar de Souza
(FEAGRI)
LEGENDA

CE - Comunidade Externa
CGU - Coordenador Geral da Univerisdade
COTIL - Colégio Técnico de Limeira
COTUCA - Colégio Técnico de Campinas
DIEESE - Dep. Interssindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos
FAPESP - Fund. de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FCA - Faculdade de Ciências Aplicadas
FCF - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
FCM - Faculdade de Ciências Médicas
FE - Faculdade de Educação
FEA - Faculdade de Engenharia de Alimentos
FEAGRI - Faculdade de Engenharia Agrícola
FEC - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
FEEC - Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação
FEM - Faculdade de Engenharia Mecânica
FENF - Faculdade de Enfermagem
FEQ - Faculdade de Engenharia Química
FIESP - Federeação das Indústrias do Estado de SP
FOP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba
FT - Faculdade de Tecnologia
GRAD - Representantes da Graduação
HC - Hospital das Clínicas
IA - Instituto de Artes
IB - Instituto de Biologia
IC - Instituto de Computação
IE - Instituto de Economia
IEL - Instituto de Estudos Linguísticos
IFCH - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
IFGW - Instituto de Física
IG - Instituto de Geociências
IMECC - Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
IQ - Instituto de Química
MS3 - Professores Doutores
MS5 - Professores Associados
MS6 - Professores Titulares
Pós - Representantes da Pós-Graduação
PRDU - Pró Reitoria de Desenvolvimento Universitário
PREAC - Pró Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários
PRG - Pró Reitoria de Graduação
PRP - Pró Reitoria de Pesquisa
PRPG - Pró Reitoria de Pós Graduação
RG - Representação Geral
RSTA - Representantes dos Serviços Técnico-Administrativos

Fonte: Secretaria Geral da Unicamp

POR QUE COTAS?

A UNICAMP se orgulha de ser uma das melhores universidades do mundo. Tem um projeto que defende, apenas no papel, a pluralidade de ensino e pesquisa. Entretanto, o quadro étnico-racial que compõe a universidade falha em contemplar alguns segmentos sociais.

Segundo o censo de 2010, 50,7% da população brasileira é negra, porém, apenas 16% dos estudantes da universidade são negras ou negros. Enquanto isso, o quadro de funcionários terceirizados é composto majoritariamente por homens e mulheres negras.


Para que o conhecimento construído dentro da universidade seja revertido realmente para a sociedade, ele precisa ser pensado junto a todos os segmentos.

É preciso combater um racismo institucional presente na nossa sociedade. Não são só ofensas ou injúrias, mas todo um sistema de opressão que favorece um grupo racial em detrimento de outro.

Cota não diz respeito a capacidade, diz respeito a oportunidade. São as condições que são desiguais.
A UNICAMP JÁ NÃO TEM COTAS?
Não. A Unicamp é uma das 34 Universidades Estaduais que possuem algum tipo de política afirmativa em sua seleção, mas não são cotas. Se trata de uma política de bonificação de notas chamada PAAIS.

Mas ao longo dos 12 anos de implementação,
o PAAIS se mostrou insuficiente enquanto política de promoção da inclusão social e étnico-racial na Unicamp.



Somente a partir de 2015 houve diferença relevante. 
Neste ano o PAAIS passou a pontuar também nas provas da primeira fase. Mas a participação percentual de pretos e pardos na universidade (22,1%) ainda se mantém muito abaixo da média brasileira (50,7%).

Além do PAAIS, a Unicamp possui o PROFIS - Programa de Formação Interdisciplinar Superior, que consiste em uma formação de 2 anos para o melhor colocado no ENEM de cada escola pública da região de Campinas. Os estudantes deste programa concorrem entre si por suas opções de curso de graduação da Unicamp. Como as vagas são atribuídas conforme o desempenho acadêmico, muitos dos estudantes não consegue entrar no curso pretendido.
POR QUE ESSAS POLÍTICAS NÃO SÃO SUFICIENTES?

O PAAIS NÃO POSSUI CORTE DE RENDA
Apesar de oriundos de escolas públicas, muitos dos beneficiados do PAAIS pertencem a grupos sociais privilegiados financeiramente - no ano de 2016, 63 dos beneficiados possuíam renda familiar superior a 15 salários mínimos!




O PAAIS NÃO REALIZOU UMA INCLUSÃO ÉTNICO-RACIAL
Em 12 anos de programa, apenas 15,85% de ingressantes foram autodeclarados PPI (Pretos, pardos e indígenas), contra 74,98% de ingressantes brancos. Foram apenas 10% de ingressantes autodeclarados PPI nos cursos mais concorridos do vestibular.



NÃO PROMOVE O ACESSO A
TODOS OS CURSOS 
Por ser uma mesma e irrisória pontuação para qualquer opção de curso, ele só consegue promover o ingresso de estudantes nos cursos de menor nota de corte, como as licenciaturas noturnas. As vagas disponíveis não correspondem à demanda.
O QUE
DIZ A LEI
O STF (Supremo Tribunal Federal), a instiuição jurídica mais importante do nosso país, votou por unanimidade pela constitucionalidade das cotas raciais.

As ações afirmativas foram implantadas no ordenamento jurídico brasileiro como uma solução para o acesso de certos grupos sociais ao sistema de educação superior. Seu fundamento constitucional encontra-se no princípio da igualdade e seu objetivo é, justamente, o de eliminar desigualdades históricas e acumuladas.
O QUE
DIZ A
HISTÓRIA
País de imigrantes. Sim. O Brasil é um país colonizado por imigrantes de diversos lugares do mundo e sua população original, os povos indígenas, foi dizimada pela invasão. Mas é essencial que se diga que mais do que os 750 mil colonos que chegaram ao Brasil, foram 4,8 milhões de pessoas de países africanos que desembarcaram aqui para serem escravizadas.

Como se não bastasse, sabemos que a Lei Áurea não libertou realmente os escravos em 1888. Mesmo após a abolição, o Estado brasileiro não criou mecanismos de inclusão para a população negra. Se hoje a maior parte da população negra é pobre, é por conta dessa herança escravocrata e pela falta de criação desses mecanismos.


Vergonha campineira. Além de ter sido a última cidade do Brasil a se aproveitar da escravidão, Campinas era conhecida por ser o pior destino para os escravos do país por causa do tratamento que tinham aqui. Barões da época enviavam seus escravos para cá como forma de punição.

Durante todo o século XX não se discutiu amplamente, dentro do Estado brasileiro, o racismo inerente à sociedade brasileira e às suas instituições. O primeiro movimento nesse sentido ocorreu apenas em 2001 quando o Itamaraty criou uma bolsa, como primeiro precedente de políticas afirmativas. De lá pra cá, as coisas só andaram por iniciativa de algumas universidades e se consolidaram com a Lei de Cotas 12.711 em 2012, mas que só é válida para universidades federais e mesmo assim tem problemas.

É dever de uma das melhores universidades do Brasil e da América Latina discutir e realizar essa reparação histórica que já está atrasada há mais de 100 anos.
MITOS
COTAS SOCIAIS RESOLVEM
Essa discussão é fundada sobre uma percepção de senso comum e fomentada pelo chamado “Mito da Democracia Racial” cuja máxima seria de que a desigualdade brasileira é um problema social, de distribuição de riqueza, e não de ordem racial. É uma discussão longa, mais enfadonha do que complexa, pois tanto empírica quanto teoricamente já avançamos para a percepção de que a desigualdade social brasileira é inteiramente interpelada pela questão racial.

Segundo a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2014, com mesma escolarização, negros e brancos recebem remuneração diferente. A maior disparidade está entre os que possuem ensino superior completo, quando negros recebem 67% do salário de um branco.

Experiências diversas mostraram que medidas afirmativas cujo foco são as desigualdades econômicas não abarcaram as populações excluídas sob critério racial ou étnico, isso porque mesmo entre os mais pobres existem estruturas hierárquicas de raça, especialmente no Brasil, de modo que o branco pobre possui privilégios simbólicos e sociais enquanto o negro pobre resiste frente ao racismo estrutural.

ESTAMOS TIRANDO O FOCO DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
A crise da educação pública brasileira não é uma crise, é um projeto. Essa tese é fortemente corroborada pelas pesquisas do Professor José Jorge de Carvalho (UnB), que provou que a ausência da população negra na universidade pública brasileira ao longo do século XX criou um vácuo de debates raciais na Academia, o que implicou em:
 i) Ausência de auto-crítica sobre o perfil étnico-racial da Universidade pública brasileira, que é elitista e branca
 ii) Ausência de pensamento crítico que formasse projetos educacionais que combatessem a desigualdade racial na sociedade brasileira, sob a forma de políticas públicas e políticas afirmativas.
QUEM FAZ
Em 2016, os estudantes da Unicamp construíram uma greve que durou mais de três meses. A discussão da adoção de cotas étnico-raciais e sociais nos cursos da graduação foi uma das pautas dessa mobilização. Como resposta a essa pauta a reitoria firmou o compromisso de ampliar o debate sobre cotas étnico-raciais com a comunidade interna externa da universidade através de uma série de Audiências Públicas temáticas que se iniciam no mês de outubro.

Fruto da mobilização estudantil, um grupo de trabalho interno composto por alunos, funcionário e professorem lançaram a campanha “A Unicamp precisa falar sobre cotas”, que pretende através de eventos internos nos cursos de graduação e pós e junto a articulação externa com a sociedade e movimentos sociais, apresentar e pautar as deliberações do CONSU com o intuito de adotar uma nova política de ação afirmativa para a Unicamp, com cotas.


        
A Minha Campinas é uma rede de pessoas conectadas pela vontade de construir um processo de tomadas de decisão mais participativo na cidade. Acreditamos que a população deve ser ouvida ainda mais para reparar um problema histórico de falta de representatividade na nossa sociedade. O CONSU já está devendo há muito tempo uma posição mais concreta sobre o assunto.